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__ segunda-feira, maio 29, 2006 _quando o alarme de fogo dispara, ninguém se mexe. já sabem que é a fingir. João | 18:44 | 2 commentstenho o hábito de olhar o quadro dos trabalhadores do mês para conferir se a pessoa que me atende foi alguma vez um trabalhador do mês. João | 15:42 | 6 commentsobservava o rapaz na mesa em frente enquanto comia o queque de maçã. ele vestia uma t-shirt com linhas horizontais, brancas e pretas, e calçava umas sapatilhas All-Star pretas. depois chegou a rapariga. vestia uma t-shirt com linhas horizontais, brancas e verdes, e calçava umas sapatilhas All-Star verdes. o rapaz e a rapariga preferiram ignorar a coincidência. João | 15:07 | 8 comments_ sexta-feira, maio 26, 2006 _entrava em casa e o que existia primeiro eram dois cigarros à janela. olhava para fora como num quadro do Hopper. a música deste cenário é a Little Arithmetics. eu tinha o disco In a bar under the sea gravado numa K7 de 60 minutos que se estragou no rádio de um Peugeot 107. João | 13:23 | 1 commentsLittle arithmetics _ quarta-feira, maio 24, 2006 _a) Art Bitch dos Cansei de Ser Sexy. _ segunda-feira, maio 22, 2006 _read her. em casa da minha avó também existia uma máquina de costura com pedal e roda. pertencia à minha tia, que num momento de inspiração trocou um colégio de freiras por um curso de costura. existia essa máquina de costura. tinha um naperon por cima, fotografias de mortos, o telefone, e estava sempre besuntada com óleo Pronto porque nunca era utilizada. mas se alguém pousasse os pés no pedal, a agulha mexia-se para cima e para baixo. pensei muitas vezes em pôr os dedos debaixo da agulha e comecei a escrever este texto para contar esses momentos. tenho a curiosidade dos suicidas mas não tenho a sua doença. acho que só queria furar os dedos para ter uma estória de sofrimento. nunca consegui porque tinha medo, ficava a olhar a agulha. no entanto, cheguei a pôr os dedos dentro de uma ventoinha em funcionamento, não doeu, pus os dedos nas hélices de uma varinha mágica em funcionamento, também não doeu. a Adília Lopes diz que nada é mais nosso do que o sangue, e por isso levamos os dedos à boca quando nos cortamos. gosto dessa imagem. há uma música de uma banda que se chama Okkervil River que é assim: Some nights I thirst for real blood for real knives for real cries. Sometimes the blood from real cuts feels real nice when it's really mine. a música é muito boa, chama-se For real. não interpreto isto como uma metáfora porque já vi um programa da Oprah Winfrey sobre cutters. o programa baseava-se na experiência de uma rapariga que tinha esta doença mental e aceitou ter uma câmara escondida no seu quarto. ela despia-se e ficava só em soutien e cuecas em cima da cama, começava a chorar, depois ficava histérica, agarrava numa lâmina e fazia pequenos cortes na barriga e na púbis. os cortes transformavam-se em finas linhas de sangue. as imagens eram impressionantes, muito mais impressionantes do que a pornografia clássica, mas fiquei a pensar que ela foi comprar lingerie sexy para ficar bonita na televisão. tenho quase a certeza que sim. sei que há espaço para encenar o sofrimento, lembro de me olhar ao espelho em adolescente depois de uma crise de choro. há uma música muito bonita do Stevie Wonder sobre isto: Lately I've been staring in the mirror Very slowly picking me apart Trying to tell myself I have no reason With your heart. Well, I'm a man of many wishes Hope my premonition misses But what I really feel my eyes won't let me hide cause they always start to cry cause this time could mean goodbye, goodbye. a bela adormecida sabia o que fazia quando picou o dedo no tear.
João | 10:26 |
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_ domingo, maio 21, 2006 __ sábado, maio 20, 2006 _
playlist composta por
uma imagem de um coelho + uma música da Stina Nordenstam sem refrão So this is how you say it These are the words It’s the voice you’re using It’s the picture you’ve seen This is the time it takes you It didn't take you a lot now did it? It didn't hurt you a lot now did it? So this is how you spell it Where you place it in your mouth João | 14:14 | 0 comments têm surgido muitos sites baseados em perfis pessoais, ligados entre si pelo conceito de amigo. pessoalmente acho que prefiro o conceito de vizinho. _ sexta-feira, maio 19, 2006 _café, 2 café, 1 beber café, sozinho, com um maço de cigarros e o jornal aberto em cima da mesa. já fiz muito disto e recordo-me da dificuldade em encontrar cafés com o perfil adequado: não podia ser caro, tinha de ter um aspecto cosy, sem música, sem pessoas a falar alto. isto era à sexta-feira, entre 2002 e 2004, com o bónus do suplemento Y. por falar nisso, o Herbert está mesmo feio na fotografia que saiu hoje no artigo sobre o novo disco [parece que o Herbert e a Dani Sicilliano separaram-se (eram um casal fofinho)]. não gosto muito das The Gossip, apesar da vocalista. João | 14:06 | 1 comments _ quarta-feira, maio 17, 2006 _acabo de criar uma pasta com o nome Melancolia Expansiva. precisava desta pasta para lá meter um mash entre a Beyoncé e os M83, possivelmente servirá para outros ficheiros. imagino um albergue para todas as músicas com melancolia latente, mas ao mesmo tempo cheias de ruído, não conformadas, prestes a libertarem-se da própria inércia. como no videoclip do The Time is Now, quando entramos nos olhos azuis da Roisin Murphy e saímos para um céu da mesma cor. o início do novo single da Nelly Furtado, Maneater, é tudo aquilo que o Bossy da Kelis não é. a partir do refrão passa a ser outra coisa (mais Hung Up). teoricamente não gosto da Nelly Furtado mas na prática gosto. _ domingo, maio 14, 2006 _há um filme do Abel Ferrara, Os viciosos, no original The adiction, onde o vampirismo não é sobrenatural. gosto muito da última cena: a vampira é uma estudante de filosofia e no dia em que acaba a tese convida o júri para uma festa; o júri aparece, quando toda a gente se está a divertir ela tranca as portas do apartamento e começa a arrancar pescoços. o Abel Ferrara usa o vampirismo como metáfora. eu gostava de ver mais filmes sobre vampiros que não fossem do género sobrenatural, mas nos filmes que eu gostava de ver o vampirismo não serviria de metáfora para nada. apesar de matarem e precisarem de sangue humano para viver, os vampiros seriam bons de um ponto de vista moral. iriam ao cinema, fariam sexo, etc. a sua dimensão sobrenatural seria revelada apenas quando fizessem sexo. não consigo explicar melhor, acho que é uma ideia complicada, ou então uma ideia má. assumindo que a ideia é má, isto podia ser uma soap opera (a cover dos Sonic Youth para o Into the Groove da Madonna seria a música do genérico). explico a minha ideia por imagens. the vampire only wants a little love. citei de memória e citei mal este verso há alguns posts atrás, troquei o only por just. este verso pertence a uma música dos Afghan Wighs, The slide song. o disco chama-se 1965 e foi um dos meus discos da adolescência. João | 20:16 | 0 comments_ sábado, maio 13, 2006 _O tom perfeito da sociedade inglesa inventou uma palavra que não há nem pode haver noutras línguas enquanto a civilização não as apurar. To flirt é um verbo inocente que se conjuga ali entre os dois sexos, e não significa namorar – palavra grossa e absurda que eu detesto –, não significa "fazer a corte"; é mais do que estar amável, é menos do que galantear, não obriga a nada, não tem consequências, começa-se, acaba-se, interrompe-se, adia-se, continua-se ou descontinua-se à vontade e sem comprometimento. Eu flartava, nós flartávamos, eles flartavam. [50 Cent] _ segunda-feira, maio 08, 2006 _as cortinas trespassadas pela luz da rua, o quarto vazio, a janela entreaberta, o embalo das cortinas. o cabelo dele no pescoço dele. ele a pensar no filme (o que está para trás é um filme). João | 20:43 | 4 comments_ domingo, maio 07, 2006 _a sétima faixa do disco Etiquette, dos Casiotone For The Painfully Alone (o nome da banda), chama-se _ quinta-feira, maio 04, 2006 _No século XVII, um grupo de mercenários da Croácia enfrentou tropas francesas com lenços amarrados ao pescoço. Os franceses passaram a usar esses adornos, baptizados com o nome dos seus inimigos, “croata".
João | 18:28 |
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a imagem acima (podia ser o logotipo de uma associação anti-establishment) corresponde ao quinto passo do método Gandarez para aprender a fazer nós de gravatas. é o passo mais arriscado e perigoso. mas, aprender pela Internet a fazer o nó de uma gravata não é tão difícil como comprar uma casa ou inscrever-me no Ginásio Clube de Portugal, se é que as três coisas são comparáveis. foi preciso aprender a fazer o nó da gravata para não ser preciso usar a gravata - a vida é um bocado assim. ontem convidaram-me (via messenger) para frequentar o Holmes Place das Amoreiras e por acaso, tipo, por acaso, estava a ouvir a música No fit state dos Hot Chip. adoro adoro essa música e o refrão dessa música. I am in no fit shape / I am in no fit state / I am in no fit shape (to fall in love with you). são as coincidências que fazem a fé, mas sendo a mensalidade do Holmes Place Amoreiras 81 euros, desisti. o Ginásio Clube de Portugal é mais barato, o Holmes Places do Taguspark é ainda mais barato. era bué fixe ter um corpo visível. João | 18:06 | 3 comments_ terça-feira, maio 02, 2006 _sobre chupões, essa coisa adolescente,
just a teenage affection
(esta semana, as Ronettes) |
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