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_ quinta-feira, setembro 21, 2006 _


[transatlântico]

- Se eu passasse de bicicleta e me desequilibrasse, dava tempo para trocar algumas palavras.
- Nossa Senhora a pedalar numa bicicleta não tem jeito nenhum.
- Uma bicicleta de senhora. Com um vestido branco a voar.
- A voar, como?
- Não sei. Se houvesse vento, voava.
- Não há vento nenhum - disse o falsário.
Ele estava empenhado em fazer de Abril uma aparição, o que era difícil com uma jovem que fizera a escola preparatória sempre coxa a matemática e que dizia obscenidades como se fossem as líricas de Camões.
- Isso das árvores já não se usa - disse ela. - Eu recuso-me a uma coisa parecida.


excerto de A alma dos ricos de Agustina Bessa-Luís. retomei o livro que tinha abandonado há mais de um ano num momento muito engraçado, págs 141-177.

João | 20:18 |

3 Comments:

At 19/9/06 21:23, Blogger sophia said...

no no no no
li o fanny owen e a sensação com que fiquei foi como se meio mundo me tivesse dado um par de estalos por o ler...no fim eu própria o fiz. escusava tanta obstinação para concluir que não valia a pena *sigh

 
At 20/9/06 21:09, Blogger João M said...

sofia, o fanny owen é completamente chato. experimenta ler este. : )

 
At 21/9/06 21:28, Blogger magarça said...

E o Party, a corte do norte, o vale abraão, os espaços em branco...todos os livros de Agustina me encantam. Ainda não cheguei à alma dos ricos...

 

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