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_ sexta-feira, janeiro 14, 2005 _


OS AMIGOS

Esses estranhos que nós amamos
e nos amam
olhamos para eles e são sempre
adolescentes, assustados e sós
sem nenhum sentido prático
sem grande noção da ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide
descuidados e intensos no seu exagero
de temporalidade pura

Um dia acordamos tristes da sua tristeza
pois o fortuito significado dos campos
explica por outras palavras
aquilo que tornava os olhos incomparáveis

Mas a impressão maior é a da alegria
de uma maneira que nem se consegue
e por isso ténue, misteriosa:
talvez seja assim todo o amor


de José Tolentino de Mendonça
João | 17:33 |

1 Comments:

At 15/1/05 02:17, Blogger Unknown said...

Não quero chamar-lhe nomes mas gosto daquilo que nos une, tu e eu. Seja o que for, quando for, quem for e de que modo atinja...nós ficamos sempre na nossa e isso une-nos. Eu sinto-nos na mesma equipa. Sinto-me perto de ti duma maneira desligada de que gosto muito.
É um paradoxo confortável. Reconfortante, até.
Como já disse, nunca quis chamar-lhe nomes e as coisas simples sempre funcionaram melhor comigo. É simples ser assim contigo.
Gostei de te ver, desculpa não ter ficado mas tinha acabado de sair dum teatro absolutamente fascinante e tinha uma necessidade incontrolável de falar sobre isso com a rapariga que foi comigo. A infantilidade foi tanta que nem olhei bem para ti. Não me orgulho muito. Enfim, só posso tentar que da próxima seja melhor :) *baci

 

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