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_ quinta-feira, maio 27, 2004 _




Pensava ter-me tornado indiferente às operações de marketing dos jornais, afinal, é assim a alma do consumidor, mas confesso: fiquei entusiasmado com as colectâneas de fado do Público. É um formato que me interessa mas que nunca explorei, e este parece-me um meio não muito caro para começar.
Lembro-me que uma vez, algures na infância, me pediram para gravar o “Natal dos Hospitais” para os meus avós, e eu, com uma selectividade precisa, fiz uma pausa no rec sempre que um fadista subia ao palco. O episódio ficou registado na memória da minha avó, que periodicamente o retransmite ad nauseum...
Entretanto, a minha aproximação ao fado tem sido tímida. Não gosto da Mariza, nem da Kátia Guerreiro, mas gosto da Mafalda Arnauth e da Mísia. Da Mafalda porque ouvi uma vez um fado-pop no extinto “Acontece”, e da Mísia porque não sofre do que parece uma característica endémica das fadistas, que são os vestidos foleiros. O canto de homens fadistas não me atrai.
No primeiro número, gratuito, há uma triologia notável no alinhamento: “Com que voz” pela Sô Dona Amália, “Desespero” pela Mísia, e “Os meus lindos olhos” pela Mafalda Arnauth. Faixas 6, 7 e 8. A minha preferida é a última.
Para o “Com que voz” tenho como referência a intensíssima e desafinadíssima versão da Rita Blanco no filme “Ganhar a Vida” do João Canijo.
João | 16:24 |