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__ sexta-feira, fevereiro 27, 2004 _
O Kitsch.
Um filão ainda não explorado para o deleite do kitsch são os vídeos de casamento dos middle nineties para trás. As poupas, as permanentes, os casacos amarelos das senhoras, os vestidos das meninas cuja idade ainda não permite escolha, os grupos de baile... Não sei a quem tenho de agradecer, mas já há mais de quatro anos que não tenho de ir a um casamento. Obrigado! Uma das coisas boas do novo século é a aceitação do kitsch. Continua a ser um adjectivo pejorativo, mas surgiu um mercado novo, o mercado do kitsch, o que é a mais eficaz forma de aceitação. Para mais informações, ler "A insustentável leveza do ser", de Milan Kundera. João | 17:07 | 0 comments _ quarta-feira, fevereiro 25, 2004 _
Impressões digitais
Faz-me impressão o trabalho que se tem em se ser superficial Faz-me impressão o baralho o vulgar e o intelectual Sinto depressão conforme perco tempo essencial Sofro uma pressão enorme para gostar do que é normal Deixo tudo para mais logo não sou analógico sou criatura digital Tendo para mais louco não sou patológico sou como o papel vegetal Faz-me impressão ser seguido imitado por gente banal Faz-me um favor estou perdido indica-me algo fundamental Acho que o que gosto em mim o que me motiva é uma preguiça transcendental E em ti o que me torna afim o que me cativa é esse sorriso vertical como uma impressão digital Sinto-me uma fotocópia prefiro o original Edição revista e aumentada cordão umbilical Exclusivo a morder a página em papel jornal Faz-me impressão o trabalho a inércia faz-me mal (GNR) João | 16:39 | 0 comments
Os corsos carnavalescos portugueses, transmitidos pelos telejornais, dão um ar bastante penoso ao Carnaval.
João | 16:29 |
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_ quarta-feira, fevereiro 18, 2004 _
Agradeço os comentários e mails que recebi sobre a minha busca de habitação. Para quem ficou em suspense com o meu último post, tenho a dizer que já apalavrei um quarto - a partir de março vou passar a dormir em Campo de Ourique. Apetece-me escrever sobre o meu futuro quarto.
Depois de os dois últimos que vi poderem ser descritos como quatro paredes sem janela (!), não tive muitas dúvidas em escolher este. Tem uma janela que vai até ao chão e que dá acesso a uma mini-varanda. Desde que nasci, já vivi em cinco casas, e nenhuma delas tinha varanda. I'm extatic. Posso comprar um vaso com uma panta e deixá-lo na varanda, ou fumar de noite com vista para a rua. As paredes são de um amarelo torrado confortável, e o último inquilino deixou lá colados programas do Lux. Espero que seja um bom sinal. Espero que os meus colegas de apartamento tenham bom gosto musical e cinematográfico. De qualquem modo, à primeira impressão pareceram ser boas pessoas. É um rapaz e uma rapariga. Ela parece ser tímida, ele é mais do género extrovertido e despachado (infelizmente, não parece ser do meu género). Sou um nabo a ver casas. Só espreitei a casa de banho e a cozinha (não cheguei a entrar). A minha atitude é a do "Não estou a incomodar, não?". Hoje volto para tirar algumas medidas e também para ver melhor as coisas que deixei passar ontem. No outro extremo, posso falar sobre abandonar o meu quarto actual. É em Entre-campos, e o maior prazer será deixar de ver as sombras das senhorias do outro lado do vidro. Bye, bye, suas cabras! Apalavrar é giro. Mudar de casa é mudar de vida. Não é? João | 16:15 | 0 comments _ quarta-feira, fevereiro 11, 2004 _
Repito: procuro quarto.
Numa zona simpática (Lisboa), para dividir apartamento com um máximo de duas pessoas, de preferência misto, a um preço razoável. Não quero uma família, nem fazer amigos prá vida, mas quero poder sentar-me no sofá da sala sem constrangimentos. Sou boa pessoa. João | 14:16 | 0 comments
Pode dizer-se que "Big Fish", o mais recente filme de Tim Burton, é o inverso de "Finding Nemo". O peixe é grande, e há um filho que procura o pai.
João | 14:11 | 0 comments _ terça-feira, fevereiro 10, 2004 _
Vasco Pulido Valente sucks.
O meu último post é mais um pedaço de quotidiano. Incomoda-me não conseguir transcender esse quotidiano para algo mais relevante, num exercício semelhante ao que o Avatares do Desejo faz frequentemente. Acho que tenho de ler mais. Gosto de expôr pedaços do meu quotidiano, mas gostava também de partir daí para escrever coisas i n t e r e s s a n t e s. João | 16:54 | 0 comments
Ando a ler vários livros ao mesmo tempo, pela primeira vez. Para transportes públicos, trago na mochila "Os contos orientais" da Marguerite Yourcenar. Para ler na cama, "Os espaços em branco" da Agustina Bessa Luís, e comprei ontem na secção estrangeira da Fnac "Le Plateforme", do Michel Houellebecq, que decidi começar antes de acabar o da Agustina. É excitante começar um livro, mais do que acabar (sou o Santana Lopes da literatura). Antes destes desisti d' "A Peste", do Camus. Estava a gostar - é um bocado kafkaniano - mas, ao mesmo tempo, como lia com intervalos tão grandes, fartei-me de tão pouca fome. Não sou um leitor ávido. Sou um diletante - apetece-me ler tudo, e no entanto, não leio muito.
Observações: "Os contos orientais" são bastante bons, mas não sou muito dado a orientalidades...; já de "Os espaços em branco" estou a gostar muito, é o primeiro livro que leio da Agustina que se aproxima do seu discurso nas entrevistas (que colecciono); por fim, só comprei "Le plateforme" para ver se consigo ler em francês - livros de bolso a 3€ não são de desprezar. João | 16:30 | 0 comments |
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