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_ quarta-feira, dezembro 10, 2003 _


Countdown para a felicidade.
O Natal é televisão ligada, aquecedores no máximo e um serviço de louça que só se usa uma vez por ano. É claro que o Natal é muito mais, mas para mim não tem muito valor simbólico (como não quero que isto soe a cliché... tem um bocadinho de valor simbólico). É um dia em que a família se reúne e se guardam rancores, e por isso é um dia importante, principalmente porque eu sou o membro que mais rancores guarda. Até aos vinte anos tinha pavor ao Natal e ficava em ânsias pela passagem de ano, mas de há dois anos para cá começo a ganhar mais anti-corpos à passagem de ano do que ao Natal. Isso pode significar que me estou a reconciliar com a família mas ainda a recusar as pressões da vida adulta. Passagem de ano é a angústia de ficar eufórico, a angústia de ter um amante para beijar quando o countdown acaba em explosões, a angústia de apanhar uma bebedeira e divertir-me muito. Se o mundo tiver um dia de acabar de repente, que seja quando se chega ao zero.
João | 15:20 |