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_ terça-feira, novembro 04, 2003 _


Sou um viciado em entrevistas à Agustina Bessa-Luís. O seu discurso tem uma verve que me delicia invariavelmente, e podia passar uma tarde inteira a consumir entrevista atrás de entrevista. Aliás, toda a imagem que tenho desta escritora foi construída pelas entrevistas que li - uma velhinha inteligente e perversa, aparentemente simpática, um oráculo sarcástico, uma máquina de aforismos, um ser cínico de olhos pequenos e cabelo apanhado. E, no entanto, não gostei do único livro que li dela, o “Fanny Owen”. Pensava que o livro tinha essa acutilância inteligente a espreitar em cada frase, mas não tinha.
Lembro-me que também comprei o “Homogenic” a pensar que todas as músicas eram iguais ao “It’s oh so quiet”, mas a Björk quase nem berrava. Depois de refazer os meus preconceitos aprendi a gostar, e conheci o Filipe por isso.
Que recompensa receberei se gostar de um livro da Agustina? Talvez com mais maturidade e paciência, com uma história contemporânea, me saia melhor, mas por enquanto sou daquelas pessoas que gosta dela e não a lê. Mas pronto, acho que a Agustina dava uma cronista fantástica, e tirando as écharpes e os colares de pérolas, gostava de ser como ela. Será que vai gostar do novo filme do François Ozon?
Deixo aqui transcritas as partes da entrevista que mais gostei (omiti algumas interrupções do entrevistador).
João | 11:29 |