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_ terça-feira, outubro 21, 2003 _


O filme em tabuleiro Monopoly e o anti-João-Lopes. As crónicas do Augusto M. Seabra, no Público, interessam-me na medida em que não percebo tudo o que ele escreve. É o tipo de intelectual que gosta de complicar a mensagem através do léxico que usa.
No interessante texto que escreveu sobre o filme do Lars Von Triers (procurar aqui), depois de ter discorrido sobre valores éticos no cinema, A.M.S. finaliza com a seguinte frase: "Dogville" é o mais repelente filme que vi em anos. Mas, claro, imagino que vai ser uma chuva de estrelas! Esta suposição estava errada. Se por acaso existem chuvas de estrelas para o Dogville, elas são dadas à revelia da tendência corrente, e não é preciso perceber muito de modas para saber isso. Desde o “Dancer in the dark” que o Lars Von Triers tinha o seu futuro traçado: menos do que um passo em falso, e a crítica caía-lhe em cima. Mas o curioso é que se fosse obra de um realizador sem passado, “Dogville”, mesmo com todas as suas fragilidades, seria um acontecimento.
O Filipe diz que não há obras sem contexto.
A minha opinião sobre isto de estrelas é que a única nota que incomodaria o Lars seria um 3/5. Ele faz o tipo "amem-me ou odeiem-me" (mas escrevam artigos de opinião sobre isso), e até deve gostar mais que o odeiem. O “Dogville” não me causou boa impressão a nível narrativo, mas gostei da cenografia radical, e por isso dou-lhe um 4/5 (ok, talvez não passe de uma contra-posição à tendência corrente).
PS: Sei que em francês plonger quer dizer mergulhar, mas não sei o que é um contre-plongé como termo técnico de cinema, e já é a segunda vez que leio esta expressão numa crítica de cinema. Alguém me explica?
João | 16:40 |