um amigo pop

a curta "14th arrondissement" do Alexander Payne recordou-me esta fotografia. eu tinha lido alguns testemunhos de desagrado sobre a alta densidade humana no Parque Güell, talvez a única atracção mainstream gratuita de Barcelona, e quando cheguei senti-me um pouco desiludido. tentei fotografar o lagarto-ícone num ângulo que permitisse a ausência de qualquer ser humano, aproximei-me, mas à medida que olhava para o lagarto e para a promíscua intersecção de fotografias, a necessidade de replicar as páginas do livro da city-guide foi desaparecendo. desci as escadas e tirei esta.

Outubro / 2007

Jean-Pierre Léaud?

volto a entrar no bar para o abrigo da chuva, outra imperial, ir à casa-de-banho, etc. na parede da casa de banho, escrito a marcador preto, "os nossos corações a coaxar numa folha branca", frase injustificada e sem sentido, mas também musical e épica naquele espaço (a concavidade de um vão de escada). um pouco mais acima, a tinta azul, outra pessoa escreveu "a existência é um tráfico". não concordo que a existência seja um tráfico.

o homem está do lado de fora. também estamos cá fora, existe o filme e os vidros da casa e depois a mulher dentro de casa. mas vemos a mulher através dos vidros. esta cena foi filmada como um sonho. o homem parte os vidros. youtube.