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_ quarta-feira, janeiro 28, 2009 _


não existe nenhuma vantagem em guardar jornais velhos, mas se por algum desmazelo inconsciente isso acontece, não existe nenhuma desvantagem em voltar a lê-los.
os Klaxons foram capa no Y e a esta distância pensei que foi a necessidade de dominar os templates do myspace, do blog, do livejournal, etc, que criou a expansão de cores berrantes, que criou o neo-rave. uma nova ordem mundial de templates web que foi uma corrente musical.
na mesma edição do Público, na secção ambiente e ciência, existia um artigo sobre a possível explosão da Lua. isto não faz pensar em ciência. faz pensar em morte - o falhanço das coisas pequenas versus a preserverança das coisas grandes e vice-versa. estive a pesquisar no google sobre a explosão da lua e outras pessoas asseguram que é uma hipótese tão remota que mais vale não pensar nisso. encontrei outra informação interessante: "The tropics aren't warmer because of being closer to the sun. They are warmer because of the more vertical angle of the sun."
as minhas duas ciências preferidas, desde há dois anos, são a economia e a astronomia.

João | 22:41 | 4 comments

_ domingo, janeiro 18, 2009 _


(1) vi a rapariga falar com as outras pessoas. era ainda adolescente, talvez 18 ou 19 anos, calçava umas sapatilhas Nike, com cores fluorescentes, empoeiradas, e as calças de ganga estavam rasgadas na baínha. eu estava a comer uma salada tropical e ela aproximou-se da minha mesa. como tinha antecipado a pergunta limitei-me a responder com um aceno de cabeça. ela voltou a insistir, disse que tinha perdido a carteira, não tinha dinheiro, e desta vez eu expliquei que não tinha moedas e ambos percebemos a retórica mentirosa dos nossos discursos. a rapariga voltou-se para outra mesa. eu estava sozinho, e ver quais as pessoas que davam ou não algumas moedas passou a ser uma forma de passar o tempo da refeição.
a rapariga voltou alguns minutos depois com um tabuleiro na mão, sentou-se na minha mesa, e desembrulhou um hambúrguer. nesta altura eu estava ainda a comer a minha salada tropical, a fazer o esforço consciente para comer naturalmente a salada tropical. tentei focar a atenção noutras pessoas. a rapariga comia muito serenamente e conseguia ignorar-me totalmente. quando a minha refeição terminou, eu era fraco e a rapariga era forte.
contei isto e fui recriminado: "é muito triste que te custe dar uma moeda a uma pessoa que precisa de comer".

(2) estava à espera de uma amiga e fui abordado por uma senhora que fez uma introdução algo rebuscada e algo interminável à qual eu ia reagindo com uma expressão facial que indicasse que não iria aceder a nada que me propusesse, sinal que ela percebia e ignorava, prosseguindo e fazendo um esforço cada vez maior para causar empatia entre nós. e eu como estava naquele local por um propósito, sem poder movimentar-me, ouvi toda a história. a senhora teve um domínio total do diálogo e apenas me deu oportunidade para falar quando terminou. eu recusei. ela fez um sorriso e disse: "custa muito dar 50 cêntimos não custa?".
a mudança drástica de uma simpatia forçada para um sarcasmo tão cortante foi surpreendente. senti que a senhora era forte e eu era fraco.
João | 01:34 | 6 comments