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_ sexta-feira, outubro 31, 2003 _


Mudanças de visual no jornal da noite. Jorge Coelho mostra os dentes no parlamento com o cabelo pintado de preto. Manuel Maria Carrilho, com o savoir-faire de uma estrela pop, também pinta o cabelo de preto, mas adiciona-lhe madeixas brancas. Maria João Morgado abandona o seu visual seventies de cabelo preto e rímel azul, que eu adorava, e agora, tal como Catarina Furtado, está loura.
Oh these poses, such beautiful poses...
João | 10:09 | 0 comments

O meu quarto e casa-de-banho estão limpinhos and shining. Enquanto varri, lavei e encerei, pensei que este blog poderia passar a chamar-se procuro.homem a dias.blogspot.com.
Além disso, pensei também em tornar "público" que a única música que faz sentido ouvir enquanto, com um esfregão ou uma vassoura, torno o meu lar mais bonito, é o "Physical", da Olivia Newton John, pela versão dos Goldfrapp.
(…)
Make me happy, make me feel good,
Let's get physical, physical,
I want to get physical,
Let's get into physical,
Let me hear your body talk, your body talk…
(…)
João | 10:07 | 0 comments

Não é obsessão, mas volto ao “Dogville”. Numa breve revisão aos artigos de opinião do Público de sexta-feira da semana passada, deparo-me com a publicidade aos filmes da Atalanta e fico estupefacto. Nas citações que promovem o "Dogville" pode ler-se "É o filme mais repelente que já vi", do Augusto M. Seabra (que me levou a escrever um post), e ainda “Pouco mais do que o pastiche de si próprio” e “É decerto uma das desilusões do ano”. É claro que para estas três citações negativas, há três citações positivas (que aparecem em primeiro lugar).
Ora, isto deve ser estratégia da Atalanta e não do Lars Von Trier, mas é a forma perfeita de promover o filme. Numa primeira leitura é publicidade honesta, só que a publicidade nunca é honesta, ou seria anti-publicidade. É apenas promover "Dogville" por aquilo que nos dias de hoje se tornou mais apelativo no cinema do Lars Von Trier: a tomada de posição contra ou a favor. Não deixa de ser uma promoção feliz, mas acho que o Lars devia pensar nisso.
João | 10:04 | 0 comments

Isto de classificação de filmes com estrelinhas é uma coisa muito redutora. Já vi filmes simpáticos que são a enésima repetição de uma fórmula xpto, e já vi filmes que, independentemente de serem “repelentes” ou não, merecem ser vistos pelas questões (técnicas, formais ou de conteúdo) que levantam. Ora, para os filmes simpáticos há a tendência de gostar moderadamente, ou não gostar moderadamente, e para os filmes polémicos há a tendência de gostar intensamente, ou desgostar intensamente. E isto leva a que, perversamente, uma comédia romântica possa estar em média melhor cotada do que um filme que se abre a múltiplas discussões, o que é na maior parte das vezes injusto. Nesse sentido, as estrelinhas não podem dizer tudo sobre o valor de uma obra cinematográfica.
Conclusões laterais: uma comédia romântica original merece ser louvada até aos céus, e um filme pretensamente original, que nem ao menos simpático consegue ser, merece ser espezinhado sem misericórdia.
João | 10:02 | 0 comments

"(...) De forma que no momento em que o doente seguinte entrou já me esquecera dela. Já me esquecera dela. Já me esquecera dela. Graças a Deus já me esquecera dela". De todos os grupos de pessoas que não está no metro de passagem, os que me custam mais a esquecer, tal como ao Lobo Antunes deste excerto, são os esquizofrénicos. Os drogados, os mendigos, as ciganas e os seus filhos, os sem-abrigo, os aleijados, todos os que estão isolados na sua desgraça, não sinto neles nenhuma vontade de estabelecer outro tipo de relação para além da doação de uma moeda, o que me ajuda a torná-los e a toda a sua desgraça e a toda a sua vida perdida em algo que é mais ou menos fácil de esquecer. Mas para com os maluquinhos do metro não tenho defesas.
No mesmo dia cruzei-me com dois. No Marquês de Pombal, uma senhora falava para o ar como se fosse uma prostituta. Tinha ganchos azuis no cabelo branco. Quando passei por ela dizia "O José Viana morreu e deixou-me cinco horas de sexo por pagar". Quando me sentei deixei de conseguir perceber o que dizia mas as pessoas continuavam a rir. Antes disso, na Alameda, um senhor também idoso praguejava a uma velocidade tal que era impossível perceber uma frase inteira.
Estas duas pessoas não querem moedas, olham mesmo para a cara das pessoas, continuam a falar mesmo que sejam ignorados ou gozados. Só que a única coisa que consigo fazer é sentir piedade e comoção, e isso não resulta.
João | 10:00 | 0 comments

_ quinta-feira, outubro 30, 2003 _


Não faço ideia quem é, mas gostei. Aqui.
João | 12:44 | 0 comments

O meu blog continua a ficar mais bonito. Desta vez, acrescentei o highlight aos links dos Posers. É claro que se alguém quiser saber como é basta mandar-me um mail a perguntar.
João | 11:46 | 0 comments

A rainha das exterminadoras. Achei estranho que o novo filme de Quentin Tarantino tivesse obtido tão pouco consenso na crítica nacional, pois mesmo que o conteúdo falhe, se há alguém que consegue sustentar um filme somente no estilo, é ele. E "Kill Bill - a vingança" é isso mesmo. A sua sinopse é pouco mais do que o seu título, e isso em nada altera a associação que desde "Pulp Fiction" vem sendo feita entre o adjectivo "genial" e o nome "Taratino". O homem continua a fazer filmes que deificam os actores que nele participam, continua a fazer filmes que imortalizam punch-lines e tornam inesquecíveis cenas-chave, continua a fazer filmes que fazem o público rir ou suster a respiração no exacto momento em que planeou, continua a dar vontade de dançar.
O que diferencia "Kill Bill" dos anteriores é ser um nadita mais gore - um pequeno corte no dedo mindinho é suficiente para pintar uma parede inteira de vermelho - e ser uma regressão do Tarantino de 40 anos para o Tarantino de 16. It's just fun fun fun, e tenho pena das pessoas que não se conseguem divertir. Eu adorei. 5/5.
João | 11:33 | 0 comments

_ quarta-feira, outubro 29, 2003 _


Acho que esta citação tem a ver com beautiful poses:
A beleza é uma forma de Génio... diria mesmo que é mais sublime do que o Génio por não precisar de qualquer explicação. É um dos grandes factos do mundo, como a luz do sol ou a Primavera, ou o reflexo nas escuras águas dessa concha de prata a que chamamos lua. É inquestionável. Tem um direito de soberania divino. Eleva os seus possuidores à categoria de príncipes. Está a sorrir ? Ah, quando a tiver perdido com certeza que não há-de sorrir... às vezes as pessoas dizem que a Beleza é apenas superficial, e pode bem ser. Mas pelo menos não é tão superficial como o Pensamento. Para mim, a Beleza é a maravilha das maravilhas. Só as pessoas frívolas é que não julgam pelas aparências. O verdadeiro mistério do mundo é o visível e não o invisível...
("O Retrato de Dorian Gray", Oscar Wilde)
João | 15:36 | 0 comments

Alternativo e entediado. O Filipe não podia almoçar, fui ao Atrium, vi o Cláudio Ramos a descer as escadas, disse à Sandra "vai ali o Cláudio Ramos", somos da mesma altura, a Sandra não percebeu, eu repeti "o Cláudio Ramos", o Cláudio Ramos olhou para nós, não quis comer no Vitaminas porque tinha vindo a discutir propinas, almocei uma sandes de frango que me deixou com fome, fui ao Chiado, não era o dia de folga da Lia, entrei na FNAC, ouvi o disco de remisturas dos N.E.R.D e o "Crazy in Love" da Beyoncé, entrei aleatoriamente em lojas de roupa, não encontrei uma camisola para o meu casaco preto novo, fui beber café ao CNC, o empregado foi profissional demais, perguntei se o mundo acabaria se convidasse alguém para a minha mesa, li o Blitz o DN e um poema do Mário Cesariny, convidei a Madalena para me receber na Faculdade de Belas-Artes, fui ao Vyrus, vi o Pedro Miguel Ramos, his shoes don't match with his jacket, a Madalena não respondeu, fui ao 222 ver o "George Washington", abandonei-me à cadeira almofadada como "um cachalote sem esperança", não gostei do filme, fui ao Pingo Doce comprar pão, no metro vi aquela senhora que fazia crítica a música erudita no Acontece, entro em casa, ouço a compilação da Peaches que fiz para o Filipe, escrevo isto, guardo na disquete.
João | 14:03 | 0 comments


O meu quarto está um caos. A cama não está feita, há papéis e sacos por todo o lado, cotão no chão, a banheira está sujíssima de cabelo e manchas de sabão, a louça por lavar, sapatos divorciados do seu par por todo o lado...
Sou o tipo de pessoa cuja casa entra em combustão por negligência. Um dia destes, quando chegar ao fim da tarde, vai haver chamas a sair de todas as janelas do prédio e os bombeiros, de dedo em riste, vão dizer-me que a culpa é minha, e depois sairá uma pequena nota na secção "Local" do Público.

I walk
I wade
Through full lands
And lonely
I stumble
I stumble
With you
I wait
To be born
Again
With love comes the day
Just hold on to me

Now is the time to follow through, to read the signs
Now the message is sent, let's bring it to its final end

One-day-I-know-there'll-be-a-place-called-home.

("A place called home", P.J. Harvey)
João | 13:44 | 0 comments

_ segunda-feira, outubro 27, 2003 _


Wow! A Joana mandou-me o meu primeiro mail blog-related que não implicou eu mandar-lhe um primeiro. Estou satisfeito porque acho que a Joana é o meu 5º leitor das estatísticas do blog (já sei quem são os outros quatro). Como isto de mails a desconhecidos é para mim como uma partida de ténis, retribuo a bola para o teu campo, Joana. ;)
Não, afinal a música em que estou viciado é do disco a solo da Beyoncé e chama-se "Crazy in Love". Adoro gingar a anca ao som da Beyoncé, mas infelizmente não aparece tão massivamente nas playlists das rádios como merecia. E também gosto do "Independent Woman", das Destiny's.

[Intro - Jay Z]
Yes!
It's so crazy right now!
Most incredibly, it's ya girl, Bee,
It's ya boy, young.

[Intro - Beyonce:]
You ready?
Uh oh, uh oh, uh oh, oh no no
Uh oh, uh oh, uh oh, oh no no

[Intro - Jay Z]
it's so crazy right now

[Chorus - Beyonce]
Got me looking so crazy right now, your love's
Got me looking so crazy right now (in love)
Got me looking so crazy right now, your touch
Got me looking so crazy right now (your touch)
Got me hoping you'll page me right now, your kiss
Got me hoping you'll save me right now
Looking so crazy in love's,
Got me looking, got me looking so crazy in love.

[Verse 2 - Beyonce]
When I talk to my friends so quietly,
Who he think he is? Look at what you did to me,
Tennis shoes, don't even need to buy a new dress,
If you ain't there ain't nobody else to impress,
The way that you know what I thought I knew,
It's the beat my heart skips when I'm with you,
But I still don't understand,
Just how the love your doing no one else can.

[Chorus - Beyonce]
Got me looking so crazy right now, your love's
Got me looking so crazy right now (oh crazy)
Got me looking so crazy right now, your touch (you're in love)
(...)
Got me looking, got me looking so crazy in love.

Uh oh, uh oh, uh oh, oh no no
Uh oh, uh oh, uh oh, oh no no
Uh oh, uh oh, uh oh, oh no no
Uh oh, uh oh, uh oh, oh no no
João | 17:27 | 1 comments

Não há coincidências II. Sem termos combinado nada, e por motivações diferentes, eu e o Filipe escrevemos sobre o Saramago nos nossos blogs.
João | 16:57 | 0 comments

Lillias é uma criança escocesa que tem visões da morte, cujo clã é dizimado por outro clã, sendo adoptada por várias famílias até vir parar a Portugal (séc XVIII). “Lillias Fraser", de Hélia Correia - acabei de ler este livro.
A escrita da Hélia Correia aproxima-se daquilo a que vagamente se chama “prosa poética”, mas não é chata como a daquele rapaz gótico com um piercing na sobrancelha. É sensível mas firme no seu ritmo, não se abandonando a divagações bonitas e inúteis. Gostei muito. Além do rapaz do piercing, relaciono ainda este livro com o Saramago, uma vez que é um romance histórico e partilha uma personagem com um dos seus romances, não sendo todavia moralista como é habitual no nóbel português. Nisto de gavetas, acho que o romance histórico é uma das minhas gavetas preferidas, embora o tempo transforme todos os romances em romances históricos.
Vi uma vez uma entrevista à Helia Correia no Zapping, da RTP2, e pareceu-me um alien. Da entrevista só me lembro que estava sentada numa pedra de um jardim, que tinha um chapéu roxo (horrível!), e que explicou porque é que as pessoas se desabituaram de apanhar chuva (qualquer coisa hippie, mas interessante). Pareceu-me uma mulher muito pura e inteligente, com poucos filtros, ou seja, o tipo de pessoa que um ignorante chama de maluquinha com facilidade. Fixei-lhe o nome e, quando soube que tinha ganho um prémio literário, isso foi como que um reminder para eu comprar o livro na próxima oportunidade.
Também gosto de romances contemporâneos, mas têm de ser urbanos e ter sexo.
João | 16:08 | 0 comments

Não há coincidências. Se por ter lido a crónica de um casadoiro ou não, a verdade é que comprei no mesmo dia o "Algumas Crónicas" (em português, porque leio as obras na língua original), que é um livro de bolso cujo conteúdo é parte, seleccionada pelo autor, do "Livro de Crónicas". Dado que me demorei mais tempo do que o desejado no "Lillias Fraser", que ainda por cima gostei do princípio ao fim, achei por bem pegar em algo fragmentado já à nascença.
No jogo escritor-leitor, estou 1-1 com o António Lobo Antunes. Gostei d' "A morte de Carlos Gardel", mas não consegui acabar "O que fazer quando tudo arde", que foi uma prenda do Filipe. O que me faz resistir à escrita do Antunes não é o romance tomar consistência exclusivamente pelos pensamentos/lembranças das personagens, a várias vozes, mas sim porque isso se faz à custa de uma gravidade constante. Raramente há momentos de humor ou leveza. Mas nestas crónicas, pelo contrário, há uma leveza que nunca desconfiei que o homem possuísse. Ou melhor, há uma aversão/atracção pela vida mundana e quotidiana dos comuns mortais que é escrita com leveza – são as crónicas mais interessantes. E depois há também a nostalgia da infância e dos lugares e pessoas que perdeu – são as crónicas menos interessantes mas as que mais prazer lhe dão escrever.
Este livro custou-me 5.39€ na FNAC. Na secção de livros estrangeiros, há livros de bolso (clássicos) em francês a 3€... Eu quero mesmo ser uma daquelas pessoas que diz só ler livros na língua original.
João | 16:04 | 1 comments

Tenho saudades da crítica literária do Pedro Mexia no DNa.
João | 16:00 | 0 comments

A baixa e a alta cultura merecem ser analisadas em igual grau.
João | 15:59 | 0 comments

_ sábado, outubro 25, 2003 _



Nunca resisto às publicações "menores" empilhadas debaixo da mesa da televisão de cada vez que regresso ao seio familiar. Na minha última incursão por tais publicações (Maria, Nova Gente, TV Guia, ...), vi um anúncio com o seguinte slogan: "4 em 5 grávidas usam-no". Pergunta imediata: a grávida número cinco valerá o dinheiro gasto num anúncio de página inteira?
Numa outra revista, fiquei a saber que Nicole Kidman ganhou um processo contra um tablóide britânico por este ter noticiado um caso extra-conjugal da actriz com Jude Law que, alegadamente, nunca terá acontecido. Ainda segundo a mesma revista, este foi um dos motivos para o divórcio do Jude com a sua (ex) mulher. Pergunta imediata: o Jude separou-se?! Ena!!! Quer dizer... Oh..., que pena..., eram um casal tão bonito...
João | 16:57 | 0 comments

I spent all day dreaming
Of the way I'd like to hold you
So I got absolutely nothing done
But it was so much fun
And have I told you
How beautiful you are?
Just like a movie star.

(The 6ths, "Just like a movie star")
João | 16:55 | 0 comments

_ quinta-feira, outubro 23, 2003 _


Quando me decidi meter nisto dos blogs, tive imensas dificuldades em estruturar a página à minha vontade. Tenho alguns conhecimentos de HTML, e lá consegui alterar cores, justificar o texto e incluir links à primeira, mas as engenhocas (vulgo javascript) que via em outros blogs eram para mim um mistério. Assim, decidi perguntar aos próprios, e, de entre os mails aleatórios que mandei só obtive resposta de um. Nem por acaso, de um blog que se chama O Melho Anjo.
O Filipe ofereceu-me esse livro quando fiz 20 anos (ou terá sido no Natal?), e agora quero lembrar-me da dedicatória e não consigo. Foi também o Filipe quem me deu o link para o blog do Tiago e da Ana.
O Tiago diz que este blog o faz lembrar as canções do Rufus Wainwright, e eu fiquei contente. De facto, o nome do meu blog deve ser creditado a uma música do Rufus, mas nunca me atrevi a planear qualquer tipo de conceptualização à volta dela. Gosto da música e gosto de poses, that's all. Ainda bem que isso se reflecte. Obrigado Tiago.
João | 13:57 | 0 comments

Fumar pode matar. Toda a gente sabe os perigos que levar um cigarro à boca importa, portanto, levar essa consciencialização o mais próximo possível do fumador não me cria muitas resistências. E do ponto de vista do marketing, a escolha do meio de difusão da mensagem acerta a 100% no público alvo, o que é engraçado. Mas para que os avisos textuais nos maços de tabaco não incomodem é preciso também que sejam feitos com respeito. Por exemplo, "Se está gravida: fumar prejudica a saúde do seu filho" é um aviso que todas as grávidas agradecem, mas "Fumar mata" já é aderir a absolutismos idiotas que, como fumador, dispenso.
Por mim, poderia aplicar-se transversalmente esta hiper-consciencialização a outras realidades. "O uso de transportes públicos é um meio de deslocação mais civilizado" em carros, ou "Existem muitas formas de entretenimento" em televisões, ou "Experimente ouvir os anteriores" no último disco do Rufus Wainwright, and on and on...
João | 13:20 | 0 comments

Por enquanto estou feliz com a minha média de consumo semanal de tabaco – três maços.
Queria apenas encontrar uma linha limite em que fumar seria mais um prazer social do que um vício, e manter-me lá. Ou melhor, chegar a um estado em que fumar seria só uma questão de pose. Pose na mesa de café, pose depois de comer, pose a ouvir uma boa música, ou pose em conversa com amigos.
Adoro aquelas fotografias de contracapa com intelectuais a segurar num cigarro aceso.
João | 13:18 | 0 comments

_ quarta-feira, outubro 22, 2003 _


Elliot, Elliot. Acabo de saber que o Elliot Smith se suicidou ontem. Nunca lhe liguei muito, mas a última vez que ouvi o "XO" em casa da Rita e do Lui­s pensei "isto afinal é mesmo bom", por isso, espero encontrar hoje este disco na Hippodromme. Vai ser uma compra com significado.
some run from the devil
some from their own history
some run from their hopes
and some run to the sea
stupid don't you agree?

(To the sea, Mark Eitzel)
João | 16:13 | 0 comments

Say my name, say my name. Apaixono-me e desapaixono-me periodicamente por hits radio-friendly, e, no momento em que ligo a rádio, espero sempre que as playlists coincidam em algum ponto com as minhas paixões - as de hoje são o “Pode alguém ser quem não é”, do Sérgio Godinho com a Teresa Salgueiro, e o “The 80’s”, do David Fonseca. Entretanto apaixonei-me também por uma música que há muito perdeu o seu tempo de airplay, e que pensava ser das Destiny's Child, mas fui ontem à Hippodromme ouvir os dois últimos discos do grupo e não encontrei nada parecido. Esta música fantasma passava no spot de promoção aos Anjos de Charlie, na TVI, mas curiosamente não a ouvi no filme, que apanhei quase desde o início. Agradece-se ajuda.
João | 16:02 | 0 comments

Dado que infelizmente não tenho cabo, nunca vi aquele videoclip da Madonna que foi censurado e substituído por um outro em que a bandeira de Portugal não aparece, mas, pelas descrições que me lembro de ler, sei que era uma espécie de guerra que tinha como cenário uma passerelle.
No sábado passado deu na TVI o primeiro tomo dos Anjos de Charlie, com a fofa Cameron Diaz, a Lucy Liu e a Drew Barrymore. Este filme é que é a verdadeira guerra na passerelle. Adorava tê-lo visto no cinema. Os homens são espezinhados e açoitados, as raparigas dão passos de dança depois de ferirem mortalmente os maus (deve ser o feminin touch), e não há escrúpulos de qualquer espécie quanto a questões de coerência de estilo ou narrativa. Filme de culto. Esgrouviamento total.
João | 15:53 | 0 comments

_ terça-feira, outubro 21, 2003 _


O filme em tabuleiro Monopoly e o anti-João-Lopes. As crónicas do Augusto M. Seabra, no Público, interessam-me na medida em que não percebo tudo o que ele escreve. É o tipo de intelectual que gosta de complicar a mensagem através do léxico que usa.
No interessante texto que escreveu sobre o filme do Lars Von Triers (procurar aqui), depois de ter discorrido sobre valores éticos no cinema, A.M.S. finaliza com a seguinte frase: "Dogville" é o mais repelente filme que vi em anos. Mas, claro, imagino que vai ser uma chuva de estrelas! Esta suposição estava errada. Se por acaso existem chuvas de estrelas para o Dogville, elas são dadas à revelia da tendência corrente, e não é preciso perceber muito de modas para saber isso. Desde o “Dancer in the dark” que o Lars Von Triers tinha o seu futuro traçado: menos do que um passo em falso, e a crítica caía-lhe em cima. Mas o curioso é que se fosse obra de um realizador sem passado, “Dogville”, mesmo com todas as suas fragilidades, seria um acontecimento.
O Filipe diz que não há obras sem contexto.
A minha opinião sobre isto de estrelas é que a única nota que incomodaria o Lars seria um 3/5. Ele faz o tipo "amem-me ou odeiem-me" (mas escrevam artigos de opinião sobre isso), e até deve gostar mais que o odeiem. O “Dogville” não me causou boa impressão a nível narrativo, mas gostei da cenografia radical, e por isso dou-lhe um 4/5 (ok, talvez não passe de uma contra-posição à tendência corrente).
PS: Sei que em francês plonger quer dizer mergulhar, mas não sei o que é um contre-plongé como termo técnico de cinema, e já é a segunda vez que leio esta expressão numa crítica de cinema. Alguém me explica?
João | 16:40 | 0 comments

Sinto admiração pelo homem que um dia escreveu ter visto a vertigem da morte num espectáculo da Madonna. Ao contrário de outros, o João Lopes analisa mais do que critica. Raramente consegui materializar em estrelinhas a sua opinião sobre um filme, e isso às vezes irrita-me, porque tudo parece passível de ser analisado à margem da qualidade da obra, e outras vezes agrada-me, porque é coisa de um homem de fé. À cause de ça, agora tenho mixed feelings com a sua recente inclusão na secção de estrelinhas no Diário de Notícias.
João | 16:27 | 0 comments

_ segunda-feira, outubro 20, 2003 _


IT'S EVOLUTION, BABY!!! Depois das pageviews, consegui inserir comentários para os meus posts e ainda uma ferramenta que me diz quais os sites que referenciam o meu. Agora só me faltam os comentadores (há plugins para isso?). Filipe, queres experimentar para ver se funciona?
Para os comentários, usei este site, e para as referências, usei este.
João | 13:35 | 0 comments

A Doutora Amélia diz que não gosta de queridas que se escondem atrás de poses. Tenho pena, porque todo o meu blog se baseia em poses, e, ao contrário da Doutora, consigo achar graça a alguns bigodes... Olhe, pelo sim pelo não, mande-me aquilo que mete na borda do prato. Com foto. Jinhos!
João | 12:16 | 0 comments

Queda de cabelo. Na próxima sexta-feira, tenho duas entregas de trabalho, sendo que ainda nem sequer formei grupo de trabalho para uma delas.
João | 10:56 | 0 comments

Intimidade & hipocrisia. É mais ou menos consensual que levei os posts da passada sexta-feira para um campo íntimo, mas há uma coisa que falha nessa intimidade: estes textos são anónimos. De facto, existe alguém que dá estes textos (eu), e alguém que os recebe, mas entre um e outro não existe reconhecimento mútuo. Entre o dar e receber nenhuma mão toca na mão do outro. Ou seja, há uma falsa intimidade, e isso em nada diminui a sinceridade com que escrevo.
Estou a adorar ser blogger!
Sobre os posts de sexta-feira, recebi dois tipos de reacções das três pessoas que me conseguem relacionar com este sítio. Uma, é que há beleza na partilha de intimidade, a outra, é que não devo expor aqueles que fazem parte dela. Concordo com as duas, mas vou dar prioridade à segunda, por razões óbvias. Até porque antes de alguma distância temporal é difícil aceitar comentários sobre aquilo que escrevemos de coração. É com os erros que se aprende. From now on: íntimo ma non troppo.
João | 10:56 | 0 comments

_ sexta-feira, outubro 17, 2003 _


Tenho sempre vontade de defender a Manuela Ferreira Leite quando alguém, para diminuír as suas qualidades de ministra, recorre a argumentos que têm muito pouco a ver com a actividade ministerial. Mas descobri hoje que a razão porque tenho um fraquinho pela nossa ministra também não tem nada a ver com as suas qualidades políticas. Ela é mulher e tem uma tarefa difícil a desempenhar, portanto, eu associo-a com a Jackie Brown.
João | 14:35 | 0 comments

Propinas. Não sei se sou contra o aumento das propinas ou se não quero pagar esse aumento. Acho que estas duas coisas se confundem em cada estudante, e por isso se acusa tantas vezes as nossas formas de luta de desadequadas e inúteis, como se fossem uma birra infantil.
Por mim, não quero pagar 852 euros porque isso me vai reduzir o poder de compra, e acho que não devo pagar um valor tão elevado porque estudar no ensino superior implica que quando acabar o curso pretendo ter uma actividade qualificada que vai servir o país e pela qual pagarei impostos. Estes impostos, por sua vez, irão pagar serviços às mesmas pessoas que agora me pagam a faculdade. Trabalho melhor em escudos quando se trata de quantias elevadas. Com a propina máxima, vou pagar uma quantia média mensal de 17 contos. Compreendo as justificações para um aumento de propinas, mas, com a realidade de vencimentos em Portugal, 17 contos mensais simplesmente não me parecem aceitáveis num ensino público.
Quando tenho esta discussão com pessoas que se colocam do outro lado, elas sabem sempre valer melhor os seus argumentos -- aconselho um post no blog do Possidónio Cahapa (não me lembro agora do link, sorry) e outro no blog do Miguel Vale de Almeida (nota: nunca discuti nada com eles).
Mas irrita-me q.b. quando nestas discussões surgem dois argumentos:
1. O de que se os estudantes podem gastar dinheiro todos os fins-de-semana em borga, então podem muito bem gastá-lo em propinas. Porque é que aquilo que os estudantes fazem ou deixam de fazer fora da faculdade tem de perseguir de forma tão veemente esta discussão? Lá porque posso suportar os custos de alguns copos ao fim-de-semana devo ser castigado?
2. O de que devia ser aplicado critérios conforme o custo dos cursos. Deram-me o exemplo de que um aluno de filosofia ou sociologia dava ao Estado despesas de livros e papel, enquanto que um de medicina ou informática dava despesas exorbitantes em laboratórios e computadores. Porque é que nos temos de dividir? Eu sugeri outro critério: comparar os recém sociólogos e recém filósofos que trabalham em call-centers ou livrarias com os recém médicos e recém informáticos.
João | 14:20 | 0 comments

Herpes. Ontem foram as inscrições oficiais na minha faculdade. Tive de seleccionar as cadeiras a que me queria inscrever para imprimir e carimbar um papel que serve como comprovativo de inscrição. Depois tive de me sentar para me tirarem uma fotografia com uma câmara ligada a um computador. Acontece que este é o meu último ano e que no momento tenho herpes nos lábios. É um bocadinho triste que nos arquivos da minha faculdade fique para todo o sempre uma fotografia minha com herpes.
João | 13:37 | 0 comments

Hoje é o meu segundo dia de blogger. Isto é viciante e perigoso. Até que ponto posso ser pessoal? Até que ponto tenho de aprender a separar a Vida da vidinha? It's just an ordinary day.
João | 13:35 | 0 comments

Já consegui meter as pageviews (está mesmo no fundo do blog). Se alguém quiser saber como é posso explicar, é só mandar-me um mail a perguntar. Também descobri uma forma de fazer um link surgir numa nova janela. Vou partilhar isso.
Faz-se o link normalmente, mas acrescenta-se target = _blank. Ou seja, para fazer um link para o blog da pessoa que me ensinou isto posso fazer assim: (a href="http://citador.weblog.com.pt/" target = _blank)assim(/a) - substitui-se os () por <>. Obrigado Pns!
João | 13:05 | 0 comments

Gostava de morrer nova. Não é bluff. Não tenciono casar nem ter filhos. É-se feliz até muito tarde quando se tem uma série de coisas reunidas que eu acho que não vou ter. Quem diz isto é a São José Correia, aquela actriz que fazia o papel de má e mal-amada numa telenovela da TVI que passava aos fins-de-semana e que se chamava O Último Beijo. Vi algumas vezes esta telenovela e nunca percebi a relação com o título. Acho que a TVI devia ter mais protagonistas de telenovelas a dizerem coisas destas. Obviamente que me identifico com a São José Correia. Tenho muitos casos familiares próximos que morreram nos seus thirtys, por isso habituei-me desde muito cedo à possibilidade de morrer novo, e além disso também tenho a sensação de que não vou conseguir reunir coisas importantes para ser feliz, tal como a São. Não sei se isso vai acontecer. A minha morte seria assim: numa mão agarraria os dedos do Filipe, e a outra mão... ainda não tem dedos para agarrar. Essa é a razão porque perco tempo a encenar a minha morte. Encenar a própria morte é uma coisa completamente bicha. Se calhar a São José Correia também tem uma mão livre e foi por isso que disse o que disse às revistas. Seja como for, teve bastante impacto em mim. Gostava que ela lesse isto. Gosto muito dela, embora não a conheça. Olá São!
João | 12:49 | 0 comments

Ontem fui jantar a casa de uma amiga. Agora que penso nisso, não me lembro de ir jantar a casa de amigos e comer coisas normais. Lembro-me de frango com caril e ananás em casa da Rita, e massa com frutos secos e outros condimentos em casa do Filipe e do Rui. Não me importo de comer bife com batata frita e ovo estrelado, ou sopa de legumes e uma sandes, ok? O jantar de ontem estava organizado em camadas. Uma camada de atum, por cima do atum uma camada de arroz branco, e por cima do arroz uma camada de coco ralado com caril. Estava muito bom. Eu levei um vinho não muito bom e um saca-rolhas. Não sei escolher vinhos, mas deu para ficar "alegre". Foi nesse jantar que li a citação da São José Correia. A São José Correia merecia ser capa da Elle.
João | 12:47 | 0 comments

Já houve quem dissesse gostar de me ver MESMO bêbado. Não me lembro de alguma vez estar MESMO bêbado. Para mim, ficar bêbado é alterar ligeiramente as percepções dos sentidos, como se ficasse tudo um pouco mais desconexo e liberto que o habitual, mas nada que se aproxime do incontrolável. Para outros, ficar bêbado é tropeçar nos próprios pés. Geralmente, misturo cigarros com bebida, e muito antes de poder ficar mesmo bêbado fico mal-disposto e vomito. Ontem esqueci-me do maço de cigarros em casa, e por isso era uma boa oportunidade de me verem mesmo bêbado, não fosse ainda ter de ir para casa e não ter ninguém para assediar. Sou tímido no momento de encarar o desejo nos olhos de outra pessoa, por isso é um desperdício não ter ninguém para assediar se ficar mesmo bêbado. Agora já estou em casa e escrevo sem parar e sem corrigir, e isso é um sintoma bastante claro de que os meus sentidos não estão no seu estado natural. Já vou no segundo cigarro. Quando estou sóbrio a redenção do delete ou do backspace faz-me falta. Na adolescência, lembro-me de me sentir seduzido pelas pessoas que tropeçavam nos próprios pés. Era uma coisa tremendamente cool e in. Agora que penso nisso, ainda bem que nunca cheguei a esse estado. Nota para mim mesmo: quando fizer o manifesto de intenções para este blog, não esquecer de dizer que pode ser um espaço para a catarse.
João | 12:45 | 0 comments

Eu sou uma pessoa que passou a infância em pomares e pinhais. Vivia com os meus avós e com a minha tia numa aldeia que se chama Acipreste, a 5 km de Alcobaça. Na escola primária, houve um menino que entrou para a primeira classe quando eu e só terminou quando eu terminei o oitavo ano. Era o Paulinho. Tinha quatro irmãos mais velhos, também com longa frequência na escola primária: a Célinha, o Isidro e o Paulo (também). Como um todo, eram conhecidos por Os Quinquins, mas não sei porquê. A mãe deles chama-se Ermelinda e era uma mulher para todo o serviço, o que naquele meio ia desde as lides domésticas até à agricultura. A Ermelinda aparecia de vez em quando em casa da minha avó e ficava lá um dia inteiro a fazer pequenas coisas (tipo Grace do Dogville, olha!, que engraçado, era mesmo isso!). Nada disto era previamente combinado, simplesmente aparecia de manhã, acordava uma pequena quantia de dinheiro, fazia o que a minha avó ia dizendo e ao fim do dia pedia sempre mais qualquer coisa em géneros (tipo couves, ou tomates...). Às vezes a Célia (Célinha) ia também e isso para mim era bom porque gostava de brincar com meninas, embora a Célia não tivesse a sofisticação da minha prima Filipa de Lisboa, que após o divórcio da mãe com o pai regressara à terra natal desta última (o Acipreste). Lembro-me das brincadeiras com a Filipa mas não me lembro das brincadeiras com a Célia. A Ermelinda pedia-me (sem a minha avó saber) dinheiro emprestado (que eu tinha num mealheiro de metal ilustrado com figuras do rato mickey – eram as notas do natal, do aniversário e dos tios emigrantes quando vinham no verão), e houve uma altura em que já não me lembrava se ela me tinha dado o dinheiro de volta ou não, e então, depois de uma vez lhe emprestar 500 escudos, decidi apontar isso num livro da Alice Vieira. O meu plano era que na próxima vez que ela me pedisse dinheiro fosse ao livro da Alice Vieira consultar se podia dar ou não. Sou um bocadinho burocrático. Aconteceu que a Ermelinda nunca mais me pediu dinheiro, mas também nunca mais me devolveu os 500 escudos. Acho que ela fez isso porque me comecei a dar ares de arrogante com ela e com os filhos – entretanto já tinha passado para o ciclo e achava-os cada vez mais feios. Não quero dar uma imagem demasido boa e pura d'Os Quinquins: a Ermelinda conseguia ser incocente na sua ignorância, mas nessa ignorância também conseguia ser muito mesquinha (não era nenhuma Grace, after all).
Dispersei-me com o Paulinho e com a Ermelinda. Queria dizer que sou uma pessoa que passou a infância em pomares e pinhais e que vivi com os meus avós e com a minha tia numa aldeia que se chama Acipreste. Pois bem, nesse tempo assustei-me muitas vezes com cobras e com sombras e barulhos que se movimentavam pelo escuro – isto não é uma coisa poética, é uma coisa para levar mesmo à letra, tinha fobia do escuro e de reptéis que os gatos não conseguissem matar. Acho graça à imagem telúrica e mágica das aldeias que algumas pessoas têm. Já vi amigos urbanos (sensíveis) a perderem-se em divagações sobre o que mexe nos ramos das árvores do mundo rural, ou falarem apaixonados sobre as sombras dos caminhos sem alcatrão e sem luz eléctrica quando anoitece. Consigo sempre destroçar essas visões com alguma piada parva que lhes diz que eles nunca saberão realmente o que é isso. Agora vivo em Lisboa. Ontem, no caminho de regresso para o metro do Saldanha, assustei-me quando vi qualquer coisa a mexer-se por trás de uma fila de cinco caixotes de lixo. Assustei-me como quando era criança e vivia com os meus avós. Mas no passo seguinte percebi que era um senhor idoso que se abrigava entre as paredes de um prédio e cinco caixotes de lixo enfileirados. Agora, com 22 anos, isso não me assusta, mas gostava que esse senhor vivesse no Acipreste e não em Lisboa. O que mexe por trás das coisas em Lisboa é muito mais importante do que aquilo que mexe secretamente na natureza.
João | 12:43 | 0 comments

Na minha pré-adolescência (andava no sexto ano), o meu pai pôs-me a ter aulas de piano (na verdade era um orgão de 49 teclas), por causa de um desejo da minha mãe (ele lembrou-se desse desejo porque um colega de trabalho tinha um filho a estudar música). Houve um momento em que tive como referência aquela música muito bonita que o Michael Nyman compôs para O Piano, e treinava a destreza dos meus dedos com escalas para que a minha professora Hercília me desse a pauta dessa música. Um dia estava a tocar escalas no meu quarto e a Ermelinda aparece e pergunta-me se eu não sabia tocar "aquela música do mexilhão" (um hit pimba da altura). Nesse momento, tive um prenúncio de que iria desistir da música. Acabei por desistir da música por causa do Dancing Queen dos Abba, mas não me apetece agora contar a história. Andava no oitavo ano quando desisti da escola de música, que se chamava Sinfonia (o S era uma clave de sol). Quando andava no 11º soube que o marido da minha ex-professora se tinha suicidado com veneno, por causa de dívidas. Isto só prova que eu e a São José Correia não sabemos tudo. Pode haver poucas formas de ser feliz, mas há com certeza muitas de ser infeliz. A Hercília mudou-se com os filhos para outra cidade e vendeu a escola, que entretanto se extinguiu em Alcobaça mas propagou-se para as Caldas da Rainha e Leiria. A gerência deve ter melhorado. Às vezes, no final de certos programas televisivos, o logotipo da Sinfonia aparece como patrocinador de instrumentos musicais, e lembro-me sempre dos Abba, da professora Hercília e do seu marido suicida. Espero que a minha professora Hercília tenha as duas mãos ocupadas.
João | 12:39 | 0 comments

Agora, pode aprender-se música em Alcobaça aqui.
João | 12:37 | 0 comments

Acho que a isto se chama brain-storming. Os meus sentidos já voltaram ao normal. É por isso que não conto a história do Dancing Queen. Ah, ah! :D Acho que se alguma vez dançar esta música numa discoteca gay atingo o êxtase.
João | 12:33 | 0 comments

Um abraço para a São José Correia, para o Filipe, para a Rita, para a Ermelinda, para a Filipa, para o senhor idoso que dorme na rua e para a Hercília. Há relações de nós com os outros que nunca conheceremos. Isso é humano.
João | 12:32 | 0 comments

_ quinta-feira, outubro 16, 2003 _


Felizmente, vieram para os laboratórios da minha faculdade computadores com gravadores. Hoje gravei o meu segundo CD audio. Embora tivesse bastante interesse, nunca tive oportunidade para o fazer antes, mas afinal é muito mais fácil do que pensava e demora entre 15 a 20 minutos. Para quem estiver em casa, não demora nada, porque se podem paralelamente fazer outras coisas enquanto a máquina trabalha. Isto leva-me a pensar que todas as pessoas que me fizeram sentir que me estavam a fazer um grande favor não tinham razão para isso. Por mim, posso gravar os CDs que me pedirem. O primeiro CD que gravei foi o "California" do Perry Blake, para o Filipe, e o segundo foi o best-of dos Três Tristes Tigres, para mim. Entre um e outro tive más experiências, mas descobri hoje que tudo se devia à má qualidade dos CDs de destino. A partir de agora não gastarei tantos euros em CDs. Acho que isso me deixa melancólico. Mais uma vez, remeto para a minha página pop por excelência (embora um pouco tendenciosa).
João | 19:15 | 0 comments

Ainda não consegui meter aquela-coisa-dos-comments. Gostava que houvesse alguma reacção ao meu just-borned blog. Receio que quando conseguir meter aquela-coisa-dos-comments já ninguém queira comentar os meus posts iniciais.

Quero ser comentado
Quero ser amado
João | 13:19 | 0 comments

Análise (prólogo). Para se ser um blogger bem sucedido não é apenas necessário ser eloquente e pertinente. Também é preciso ser incontinente.
João | 12:47 | 0 comments

Estou um pouco frustrado. Pensava que criar um blog era mais fácil... Como se inserem aquelas coisas dos comentários? Como se insere aquela coisa que contabiliza as visitas ao meu blog? Como é que sei se outros blogs fazem links para o meu blog? Apesar de todas as frustrações, isto é um meio viciante de dar a conhecer ao mundo o que pensamos e fazemos. Podemos não ter ninguém para ler, mas também pode acontecer o contrário. Se alguém ler estas postas, pode fazer-me o favor de mo dizer por mail? É o palmstroke_jz@hotmail.com. Obrigado.
Voltarei a este assunto de uma forma menos light, com uma análise pessoal sobre o blog e o blogger, e possivelmente com uma lista de intenções. Nesse manifesto de regras, uma das alíneas é que não tenho de cumprir aquilo que prometo.
João | 12:39 | 0 comments

A primeira ideia para este blog foi chamá-lo generous palmstroke. A segunda foi chamá-lo beautiful poses. Preciso encontrar uma razão para este nome e para este blog. Mas posto isto, dedico o meu primeiro post a fazer uma referência ao meu amigo Filipe. Citações pop é com ele.
João | 12:27 | 0 comments